Na década de oitenta, “inocente, puro e besta” resolvi ir para São Paulo

a procura de oportunidade. Já que em minha cidade a politicagem suja sempre imperou.

ali conclui o curso de eletrotécnico na escola Jose conde de Azevedo, na Mooca.

Aprendi ser artista inspirado nas injustiças e mazelas sociais.

A solidão me blindava em uma quitinete na famigerada av. São João.

La do alto do terceiro andar dava pra ouvir a música das sirenes da madrugada.

Da minha solitária cama podia sentir o fervor dos duelos labiais que eram travados

nos tradicionais bares entre os boêmios.

Cinco horas da manhã ao descer da soturna e rala quitinete ate ao pondo do ônibus

que me conduzia ao trabalho, na Villares em São Bernardo

meus olhos viam cenas de sangue nos bares da av. São João.

Após passar por essa faculdade de desatinos. Anos depois, retorno a Três Marias

Me encantei com o artista CARLÃO cantando a musica “RONDA” de Paulo Vanzolini:

”cenas de sangue em um bar da Avenida São João...”

Isso me trazia lembranças nostálgicas, porque a letra é uma poesia concreta, real.

Era minha história. Sempre fui admirador do gênio Vanzolini.

Anos depois, precisamente no dia 29 04 2013 recebo a trágica noticia

da viagem antes do combinado do autor de ‘RONDA’