A greve dos caminhoneiros afetou o comércio varejista de gás de cozinha. Quem precisou do produto ontem teve que pagar até 53% mais caro. Após quatro dias sem reforçar os estoques, as revendas que conseguiram atender os clientes chegaram a cobrar R$ 90 e R$ 100 pelo botijão de 13 quilos. O preço médio praticado no Estado, de 13 a 19 de maio, era de R$ 65,54, segundo a Agência Nacional do Petróleo.

A artesã Ângela Maria da Costa Silva Rodrigues pagou R$ 90 pelo produto em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Na compra anterior, gastou R$ 60. “O rapaz que fez a entrega explicou que o custo extra para comprar e transportar foi repassado para o consumidor final”, comentou.
O presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP e do Sindicato do Comércio Varejista Transportador e Revendedor de GLP do Estado de Minas Gerais (Sirtgas), Alexandre Borjaili, disse que, como outros setores, as empresas do ramo também foram pegas de surpresa pela greve dos caminhoneiros. O dirigente afirma que há muitas revendas que têm feito “loucuras” para driblar os pontos de bloqueio e manter o estoque mínimo do produto. “Agora, nem os atacadistas têm condições de comprar porque os caminhões estão sem combustíveis”, informou.

Com 8.500 pontos de revenda no Estado, dos quais 1.100 em Belo Horizonte, o setor também amarga perdas com a política de preço livre, praticada pela Petrobras. Ainda segundo o dirigente, a venda média é de 3,5 milhões de unidades por mês, um número que vem caindo nos últimos anos, graças ao valor final do produto, para o consumidor final. “As reduções de impostos não impactam o preço para as revendas e nem para nossos clientes. O GLP foi esquecido pelo governo federal”, lamentou Borjaili.