O Governo de Minas Gerais está levando novas tecnologias ao campo, para a intensificação e diversificação de culturas agrícolas no Leste e Nordeste do estado. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), com a participação de diversos parceiros, lidera o projeto de instalação de 20 unidades demonstrativas.

Unidade Demonstrativa é um projeto novo para contemplar regiões onde não existem fazendas experimentais da Epamig. A primeira a ser implantada é em Teófilo Otoni, no Território Mucuri, a 447 km de Belo Horizonte. A área disponibilizada tem 1,5 hectares.

O espaço será distribuído entre culturas de café, hortaliças agroecológicas e forrageiras para alimentação animal. O acesso dos produtores à unidade se dará por meio de dias de campo, encontros técnicos, cursos, orientações ambientais e prestação de assistência técnica e extensão rural. Inicialmente, o objetivo é ampliar consideravelmente a produção do café conilon nas localidades atendidas.

As outras 19 unidades serão anunciadas quando houver consolidação das parcerias entre os diversos órgãos, inclusive, as prefeituras municipais. O Leste e o Nordeste de Minas Gerais têm características climáticas adequadas para o plantio de café e se assemelham a regiões do Espírito Santo, estado que possui a maior área plantada da variedade conilon no Brasil.

Com o aumento da temperatura – resultado do aquecimento global – existe possibilidade de diminuição de áreas para plantio do café arábica nos próximos anos. A variedade, que é considerada mais nobre, pode perder espaço na produção mineira, a maior do país. Diante desse quadro, o Governo do Estado trabalha no estímulo à produção do café conilon, variedade resistente a altas temperaturas, entre outros fatores combinados.

Novas fronteiras

Segundo o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo José de Paula Júnior, a ideia é montar as unidades demonstrativas e colocá-las à disposição para capacitar técnicos e produtores em eventos que vão ser liderados, principalmente, pela Emater e prefeituras.

“É um modelo alternativo com a inserção de parcerias. Temos trabalhado pesquisas que podem ser levadas a essas regiões, por meio das unidades, que serão o futuro. Hoje não há recursos nem mão de obra para criarmos as fazendas experimentais como no passado”, afirma.

As unidades demonstrativas receberão assistência dos pesquisadores que hoje estão lotados nas fazendas experimentais da Epamig Sudeste, em Viçosa (Território Caparaó), e Nova Porteirinha (Território Norte). Os dois campi experimentais da Epamig Sudeste com experiências em café conilon estão localizados em Oratórios e Leopoldina.

A iniciativa da Epamig é servir como aglutinador, como está ocorrendo em Teófilo Otoni, cujo plantio do café conilon deve ocorrer na época das chuvas, mas outros já podem ser realizados. “A prefeitura nos visitou em 2016, quando já tínhamos essa possibilidade. Agora, com as demais parcerias acertadas, começamos a desenvolver mudas do café conilon em Leopoldina e no Espírito Santo para esse projeto agroecológico”, observa Trazilbo Júnior.

O prefeito de Teófilo Otoni, Daniel Sucupira, lembra que desde quando foi secretário municipal de Agropecuária, buscava uma unidade da Epamig para o município. Ele salienta que a chegada da Epamig agora é um projeto que inaugura um olhar diferenciado.