Depois de nove meses de investigações, 14 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público (MP) por favorecimento à prostituição e exploração sexual de de crianças, adolescentes e adultos em Três Marias, Região Central de Minas. Uma operação conjunta entre o MP e as polícias Civil e Militar foi realizada para desarticular a rede de prostituição no município.

De acordo com o MP, os denunciados promoviam festas em sítios e ranchos nos quais eram agenciados os programas sexuais. O potencial turístico e pesqueiro do município atrai milhares de homens à região, o que favoreceu a articulação da rede na cidade. Os turistas eram hospedados nos próprios locais onde os serviços sexuais eram ofertados.

Duas adolescentes ouvidas durante as investigações relataram ao MP que recebiam, constantemente, ligações de um dos integrantes da rede de prostituição que as convidavam a fazer os programas. Além das provas testemunhais, interceptações telefônicas foram usadas como provas contra o grupo.

Um dos investigadores confessou à polícia que agenciava menores de idade. Ele revelou que recebia entre R$ 100 e R$ 150 por programa agenciado. As identidades dos denunciados não foram divulgadas. O MP adiantou que entre eles estão uma moradora de Três Marias, o proprietário de um disque-cerveja, o dono de um motel localizado às margens da BR-040, o funcionário de um restaurante do município e donos de ranchos e sítios na região. Todos teriam atuado como favorecedores ou exploradores da prostituição.

O MP ressaltou que planeja adotar medidas administrativas, por meio de fiscalização dos pontos de prostituição, tanto pela polícia quanto por integrantes da Prefeitura e do Conselho Tutelar de Três Marias. Além disso, o órgão espera atuar em conjunto com o Poder Público Municipal no combate às causas da prostituição infanto-juvenil e no amparo e acompanhamento das crianças e dos adolescentes vítimas da exploração sexual.