Certificação possibilita ao agricultor melhorar a qualidade, agregar valor ao produto e conquistar novos mercados

Quem é que não gosta de um cafezinho? Inserido nesse inesgotável mercado, Minas Gerais se qualifica cada vez mais para atender a esta preferência nacional e mundial. Maior estado produtor de café no Brasil, o estado conta hoje com cerca de 1.200 propriedades certificadas no Certifica Minas Café (CMC), programa do Governo mineiro executado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), por meio da Emater-MG e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Atualmente, quase 40% destas pertencem à agricultura familiar.

O Certifica Minas Café tem como principal objetivo a implantação de boas práticas de produção nas propriedades cafeeiras do estado, de modo a aumentar a visibilidade e a competitividade do café mineiro nos mercados nacional e internacional. Em 2017, foram comercializadas 1.197.814 sacas certificadas.

O gerente de certificação do IMA, Rogério Fernandes, explica que a ferramenta possibilita que o produto seja mais competitivo. “O maior benefício da certificação é indireto, no sentido de melhoria na gestão das propriedades, o que torna o produtor mais eficiente. Há também uma melhoria na qualidade do café, pois há vários requisitos de boas práticas de produção a serem seguidos para a certificação. Progressivamente, o produtor também obtém acesso a nichos diferenciados de mercado e pode agregar valor ao seu produto, com ágios diferenciados na venda”, ressalta.

Qualidade valorizada

O coordenador técnico estadual de cafeicultura e gestor do CMC na Emater-MG, Bernardino Guimarães, destaca outra frente do trabalho de certificação, feita junto aos compradores de café. “Estamos empenhados em apresentar o Certifica Minas Café para estes traders, para agregar valor a esses cafés certificados. Já temos exportadoras que estão pagando mais pelo produto que tem esse selo, o que representa um grande impacto principalmente para o pequeno produtor”, afirma.

A Exportadora Guaxupé, no Território Sudoeste, paga pela saca um ágio – valor a mais pelo produto - de R$ 5 pelo café que possui o selo Certifica Minas. “Nosso entendimento é o de que os produtores que têm a propriedade certificada focam mais na qualidade de seus produtos. O grande ponto, para nós, é a questão da sustentabilidade que é trabalhada, e o mundo inteiro tem olhado para isto: se o café é produzido de forma sustentável, com foco na preservação do meio ambiente, com responsabilidade social, é um valor agregado”, salienta a diretora executiva da Exportadora Guaxupé, Flávia Barbosa.

Este ano, a Exportadora vai enviar para fora do país mais de 50 mil sacas de café do Certifica Minas, que é todo exportado para a Alemanha.

Certificação internacional

Uma grande conquista alcançada pelo Certifica Minas Café foi a conclusão de uma parceria com a organização holandesa UTZ Certified – certificadora de reconhecimento internacional.

Para conceder o seu selo, a UTZ reconheceu a equivalência entre a sua certificação e aquela realizada pelo CMC. A posse desse certificado concede aos cafeicultores um novo e importante valor agregado, que confere à sua produção maior competitividade e acesso aos mercados nacional e internacional, inclusive possibilitando melhores preços para o seu produto. Já foram emitidos certificados internacionais CMC/UTZ para 170 propriedades de café em todo o território mineiro.

Para receber o certificado, os produtores passam por auditoria realizada pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e cumprem 28 itens obrigatórios em cinco áreas: lavoura, rastreabilidade, responsabilidade ambiental e social, capacitação e gestão da propriedade. É necessário também que o produtor obtenha uma pontuação mínima de 80 pontos no cumprimento da norma de certificação.

No primeiro ano, a certificação da UTZ é gratuita. Para os produtores da agricultura familiar que participam dessa parceria não há cobrança de taxas. O Certifica Minas Café também isenta os agricultores familiares da taxa de auditoria.

Veja, abaixo, vídeo produzido pela Emater-MG sobre o café mineiro e a certificação: