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Soneca

Do céu, nuvens descem vagarosamente até onde estou e já não são mais nuvens, e sim algodões-doces de várias cores e sabores

10/02/2025 às 12h44
Por: Redação
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 Soneca
Num campo verde observo ao longe cadeias de montanhas alaranjadas pelo pôr do sol, enquanto um pequeno riacho corta a campina em direção às árvores onde pássaros azuis e amarelos cantam suavemente. Do céu, nuvens descem vagarosamente até onde estou e já não são mais nuvens, e sim algodões-doces de várias cores e sabores diferentes. Ao longe percebo a imagem de uma linda mulher se aproximando, reconheço sua silhueta e mesmo sem acreditar que possa ser quem penso, abro meus braços para acolhe-la com carinho quando...
“TRIMMM, TRIMMM, TRIMMM”
O barulho ensurdecedor de meu celular me acorda na melhor parte do sonho. Aquelas imagens doces e deliciosas somem de minha mente e o sacrificante levantar da cama, trocar de roupa e me preparar para mais um dia de trabalho acabam com toda alegria.
No mesmo momento em que o celular toca, deslizo o dedo na tela para a função “Soneca”.
Serão mais cinco minutos.
Se ao menos pudesse voltar ao sonho e poder abraçar a mulher que caminhava até mim. Se pelo menos esses cinco minutos pudessem se multiplicar por dez, vinte, trinta e novamente pudesse mergulhar nos melhores sonhos que parecem acontecer geralmente pouco antes de nossos celulares ou despertadores nos acordarem.
E quando o corpo e mente parecem relaxar de novo...
“TRIMMM, TRIMMM, TRIMM”
Mais uma vez toco a tela e deixo por mais cinco minutos.
Geralmente não faço isso e me levanto após os primeiros cinco minutos, mas a vontade de ficar na cama é avassaladora.
Porém, agora o sonho fica distante e o permanecer na cama é muito mais para adiar a árdua tarefa de levantar do que desejar sonhar novamente.
Todas as tarefas do dia começam a passar pela mente, cada passo que deverá ser dado durante o dia de trabalho e se tudo der certo, o que geralmente não acontece, pois, improvisos são certos todos os dias, tentamos amenizar nossos pensamentos de mais um dia imaginando a volta para casa e o descanso do final da tarde.
Nem levantamos da cama e já estamos pensando em voltar para ela.
“TRIMMM, TRIMMM, TRIMMM”
Não tem mais desculpas...
Desligo a função Soneca...
Conto até cinco...
E me levanto...
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Rodrigo Alves de Carvalho
Sobre o blog/coluna
RODRIGO ALVES DE CARVALHO nasceu em Jacutinga (MG). Jornalista, escritor e poeta, possui diversos prêmios em vários estados e participação em importantes coletâneas de poesia, contos e crônicas promovidas por editoras e órgãos literários. Atualmente colabora com suas crônicas em conceituados jornais brasileiros e Blogs dedicados à literatura.
Em 2018, lançou seu primeiro livro intitulado “Contos Colhidos”, pela editora Clube de Autores. Trata-se de uma coletânea com contos e crônicas ficcionais, repleto de realismo fantástico e humor. Também pela editora Clube de Autores, em 2024, publicou o segundo livro: “Jacutinga em versos e lembranças” - coletânea de poemas que remetem à infância e juventude em Jacutinga, sua cidade natal, localiza no sul de Minas Gerais.
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