Apoiada pelo Programa ReDes, Coopermoda elevou em 40% carteira de clientes e em quase 50% sua produção

Três Marias conta com um exemplo bem-sucedido de como o investimento social pode trazer retornos positivos para a economia local. Graças ao apoio da Votorantim Metais, por meio do Programa ReDes, a Cooperativa de Trabalho das Costureiras e Bordadeiras de Três Marias (Coopermoda) elevou, em apenas três anos, seu faturamento em 140%. Também aumentou sua carteira de clientes em 40% e em quase 50% a sua produção. Com uma gestão financeira e operacional mais sólida, a instituição agora pode dar passo importante: está pronta para dar continuidade às suas atividades sem a consultoria do Programa.

O ReDes é um projeto fruto da parceria entre Instituto Votorantim e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), realizado em Três Marias pela Votorantim Metais. No caso da Coopermoda, a instituição contou com capacitação dos seus profissionais, uma nova sede e maquinário mais moderno para a qualificação da sua produção.

A Coopermoda confecciona diversas peças de vestuário para grandes empresas de Três Marias e do Estado. Dentre os produtos ofertados, estão diferentes tipos de camisa, calças, jalecos e bolsas. Para impulsionar a qualidade de seu trabalho e aumentar a renda de suas cooperadas, o Programa ReDes realizou cinco cursos com suas integrantes, abordando temas como cooperativismo, formação de lideranças, trabalho em equipe e design. Durante o período de consultoria, também foram orientadas sobre questões relacionadas a gestão, fluxo de caixa, marketing, organização de produção, entre outros.

Antes dos investimentos do Programa, a cooperativa trabalhava apenas com encomendas de uniformes customizados, solicitados por empresas locais. Com um valor pouco competitivo para o mercado, as cooperadas precisavam terceirizar alguns serviços, como bordado e transporte. Depois das orientações que recebeu, a cooperativa elevou em 40% o número de clientes, estendendo sua atuação para a Região Metropolitana de Belo Horizonte.

O crescimento da demanda refletiu na produção. Desde 2013, o número de peças confeccionadas aumentou 48% – de 9.157 para 16.266 ao ano. “As cooperadas passaram a entender os diversos processos necessários para a gestão de uma cooperativa, desde a construção de um cronograma, plano de ação, divisão de tarefas, controle de estoque a outros temas”, destaca Alice Mascarenhas, consultora do Programa ReDes.

A Coopermoda também mudou a sua logomarca e criou um catálogo de produtos para ser distribuído em eventos e feiras, além de inaugurar um site. “Hoje, o avanço do trabalho realizado pelo ReDes na cooperativa é perceptível. Observamos os setores constituídos, a regularidade das reuniões para decisões de tarefas, entregas e demais processos, a facilidade do envolvimento de todas as cooperadas e o crescimento profissional no relacionamento com os mais diversos clientes atendidos atualmente”, pontua Alice.

De acordo com Antônio Carlos dos Santos, gerente geral da Unidade Três Marias da Votorantim Metais, os resultados conquistados pelas cooperadas reforça o compromisso da Empresa com o desenvolvimento do município. “Não podíamos estar mais orgulhosos da Coopermoda, que atinge sua independência com um crescimento exponencial de faturamento, clientes e produção. Acreditamos que ao investir no cooperativismo, seja na aquisição de novos equipamentos e na capacitação profissional de seus integrantes, colaboramos para o fomento da cadeia produtiva local, na transformação de realidades e no dinamismo econômico do município”, afirma.

Uma história de superação

A Coopermoda foi criada em 2006 com o objetivo de gerar renda extra para suas cooperadas. Sua constituição se deu a partir da reunião de costureiras do município, que haviam concluído um curso de corte e costura.

Em 2013, o Programa ReDes iniciou o apoio à cooperativa com um aporte de R$ 330 mil, que possibilitou a realização de cursos, além da aquisição de novos maquinários e da construção de uma nova sede. O novo espaço tem 390m², terreno 56% maior que o antigo local de trabalho – um imóvel alugado. Além da isenção do pagamento de aluguel, a nova construção reservou espaços para os diversos setores produtivos da cooperativa. Já os novos equipamentos melhoraram a qualidade e a agilidade na entrega dos produtos ofertados.

Com as capacitações realizadas, as cooperadas se preocuparam também na sustentabilidade de seu negócio. Os retalhos da produção que antes eram doados ou descartados agora são matéria-prima para a confecção de luvas, usadas por uma empresa para limpar óleo de manutenção. Somente em 2015, foram produzidos 14 quilos do material. A Coopermoda também otimizou processos, gerando a redução de despesas.

“Aprendemos a ser mais ativas, independentes, nos tornando empreendedoras”, comenta Edna Viana Pinto, presidente da Coopermoda. De acordo com ela, a cooperativa só tende a crescer. “Adquirimos muitos equipamentos de ponta, que nos deu uma perspectiva melhor. Estamos começando a ganhar mais dinheiro e futuramente vamos arrebentar”, finaliza.

Independência

“Eu não sabia nem o que era agulha antes de entrar para a Coopermoda”, comenta Edimirian Silva, vice-presidente da cooperativa. Antes de entrar para a instituição, ela se ocupava em cuidar das filhas, do marido e da casa. A partir da de uma capacitação de corte e costura, promovida pelo Senai, a trimariense se juntou às colegas de curso e fundou a Coopermoda.

Depois de dez anos de cooperativa, Edimirian se orgulha de ter conquistado sua independência financeira. “Hoje eu tenho meu dinheiro, que ganho com meu esforço e essa é uma das melhores coisas que a Coopermoda me possibilitou. As minhas colegas se tornaram minha família e aumentei meu ciclo de amigos e minha vida social”, conta.

Para ela, a cooperativa foi essencial para sua independência. “A Coopermoda na minha vida foi a transição de dona de casa para empresaria. Foi um marco muito grande e, com a chegada do ReDes, mudou mais ainda nossa vida. O Programa veio a somar na nossa atividades e temos muito a agradecer”, finaliza.

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