O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), comentou em entrevista à Rádio Itatiaia, nesta segunda-feira (6), que já pensa em adotar medidas para afrouxar o decreto de calamidade pública. A determinação, publicada em 20 de março, prevê a proibição do funcionamento do comércio em todas as cidades mineiras, como forma de reduzir a propagação do novo coronavírus. O decreto também determina a suspensão das atividades nas escolas estaduais, municipais e particulares.

Durante a entrevista, Zema comentou que alguns municípios já estão obrigando a reabertura do comércio – como Inhapim e Caratinga, na Zona da Mata – e que esta é uma medida válida, adotada pelas próprias prefeituras, no caso das cidades que não possuem casos confirmados do novo coronavírus. Aliás, segundo ele, já está constatado que, apesar do número de pacientes diagnosticados aumentar a cada dia, há uma tendência de estabilidade em Minas Gerais.

“Nesta última semana, nós observamos que a quantidade de casos continua subindo, mas numa proporção menor, o que é um ótimo sinal. Então, nós podemos dizer o seguinte, o número de novos casos aumenta dia a dia, mas com uma tendência à estabilidade e, posteriormente, até a um decréscimo. Isso nos torna muito animado em relação a alguma medida de flexibilização para os próximos dias”, afirma. Minas Gerais já registrou oito mortes em decorrência do novo coronavírus e, segundo balanço da Secretaria de Saúde publicado nesse domingo (5), são 498 casos em toda a região.

Apesar de pontuar que o governo estadual já pensa em estratégias para flexibilizar o decreto, Zema declarou que, ao contrário da situação no interior de Minas, essa não é uma realidade válida para a região metropolitana de Belo Horizonte. “O que está acontecendo que envolve essas pequenas cidades, as ações dos prefeitos, nós temos acompanhado de longe e sugerido que sejam tomadas todas as precauções possíveis. Agora, uma região metropolitana como a de Belo Horizonte, com certeza essas medidas ainda vão demorar algum tempo, porque aqui nós temos grandes aglomerações. Na hora que um farol fica vermelho para o pedestres, geralmente se aglomeram ali 50 pessoas, 80 pessoas, isso não acontece no interior. São situações distintas que têm de ser tratadas de maneira diferente”, pontua.

O contrário, segundo ele, não acontece nos municípios do interior. “Nós temos de lembrar que Minas tem 853 municípios, e o número de casos confirmados até ontem (domingo, 5), é 498. Então nós temos centenas de municípios sem nenhum caso. Lembrando que o grande problema do coronavírus são as grandes aglomerações, e no interior, em cidades muito pequenas, nós sequer em alguns casos temos transporte coletivo, muito menos metrô, não temos locais de grande aglomeração”.

Uma possível flexibilização no decreto de calamidade pública não deverá acontecer antes de 13 de abril. Até esta data, pelo menos, o isolamento social precisa ser mantido, segundo recomendação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) ao Ministério Público de Minas Gerais. “Nós não temos nenhuma previsão de estarmos fazendo nada. Isso tem acontecido através dos prefeitos, que conhecem muito melhor a sua realidade local do que eu que estou aqui na capital”, declara o governador. Romeu Zema defende que serviços como os prestados pelos setores de construção civil e transportes também são considerados essenciais, e precisam operar para manter a economia.