Uma liminar expedida pela Justiça Federal, em ação civil pública impetrada pela Prefeitura de Pirapora (Norte de Minas), impede temporariamente a continuidade da redução da vazão do reservatório da Usina de Três Marias. Por determinação do Operador Nacional do Sistema de Energia (ONS), em março, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) baixou a vazão do reservatório da usina de 500 mil litros por segundo para 300 mil litros por segundo. Em abril, a vazão foi reduzida para 250 mil litros por segundo, com a previsão de que neste mês seria diminuída mais ainda, para 200 mil litros por segundo.

Desde a década de 50 que a cidade de Pirapora capta água bruta no mesmo ponto, realizada através de canal de derivação por gravidade no leito do rio São Francisco, próximo a Ponte Marechal Hermes, para a Estação de Tratamento no centro da cidade. Até os dias atuais, não houve intervenções significativas que pudessem prejudicar o funcionamento satisfatório do sistema de captação para abastecimento da população, no entanto o cenário atual é outro, e o risco da população se ver privada do precioso líquido é eminente.

A ação civil pública foi protocolada pelo prefeito de Pirapora, Heliomar Valle da Silveira (PSB), e pelo procurador do município, Fidelis da Silva Filho. Eles solicitam que a vazão de Três Marias seja mantida em 250 mil litros por segundo por mais 60 dias. Dentro desse prazo será construído o novo sistema de captação de água para o abastecimento da população. A prefeitura alerta que, caso a quantidade de água liberada do reservatório da usina sofra novas reduções antes da mudança da captação, “a cidade poderá ficar sem abastecimento de água potável, com graves e irreversíveis danos econômicos e sociais”.

Como a Cemig é obrigada a manter a vazão de 250 mil litros por segundo e com a ausência de chuvas a medida prejudica os produtores de peixes de Três Marias e de várias outras cidades do entorno do lago, pesca, captação de água, turismo e agricultura.

Cidade de Pirapora também sofre com a estiagem

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