O prefeito de Três Marias, Vicente de Paulo Resende, solicitou audiência com a diretoria da Cemig para obter informações claras e precisas quanto à situação da Represa de Três Marias para que o nosso município e outros que dependem do lago possam se prevenir e tomar medidas corretas quanto à escassez de água que se apresenta.

O pedido foi atendido e na tarde desta terça-feira, 22 de julho, o prefeito Vicente e prefeitos de outros municípios do entorno do Lago de Três Marias, reuniu-se em Belo Horizonte, juntamente a assessores e vereadores, com o presidente da Câmara de Vereadores de Três Marias, Sebastião da Fonseca Leal, com a coordenadora geral do Comlago, Sílvia Freedman; o procurador do Ministério Público Federal da República em Sete Lagoas, Dr. Antônio Arthur Barros Mendes; o Diretor-Presidente da CEMIG, Djalma Bastos de Morais e o Diretor de Geração e Transmissão, Luiz Henrique de Castro Carvalho.

Dentre os assuntos discutidos foram destacadas a vazão de água da Usina de Três Marias, os impactos na fauna e flora em torno do lago e sobre o possível fim da concessão do direito de operação da Usina para junho de 2015.

De acordo com dados disponibilizados por equipe técnica da Cemig, a situação do Lago de Três Marias, em janeiro de 2014 atingiu o segundo pior valor da história. Já em fevereiro, a marca de vazão foi a pior já registrada. No mês de março a situação também não foi satisfatória apresentando volume de 220m3/ segundo, sendo que o pior índice já registrado para o mês foi o de 2163/segundo.

A situação de vazão do Lago não é inédita e este pode ser o segundo pior nível no histórico de afluências desde o início da operação da Usina em 1962. A situação mais crítica ocorreu em 1971 quando o Lago registrou nível de afluência média de 204,2.

As preocupações não param porque, segundo estimativas meteorológicas, o período de seca que teve início em abril vai até o mês de outubro.

A reivindicação dos prefeitos é de que as informações sejam amplamente divulgadas para permitir planejamento e gestão da crise. Assim sendo, ficou acordado que a cada 15 dias a Cemig vai atualizar os dados e apresentar as informações ao Comlago que encarregará de passar as informações para as prefeituras. Nos sites oficiais da Cemig, Comlago, CBHSF e das prefeituras também serão disponibilizadas as informações para que a comunidade tome conhecimento. Decidiu-se também que, no dia 29 de agosto, às 14 horas, membros da diretoria e técnicos da Cemig estarão em Três Marias para apresentarem à comunidade e aos vereadores, aos pescadores e empreendedores, a real situação do Lago.

É relevante considerar que a situação atual do lago é a mais preocupante desde a sua construção, haja visto que a vazão afluente ( que entra) de água está na ordem de aproximadamente 60m3/s e a vazão defluente em torno de 200m3/s.

Técnicos do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e da Cemig estão desenvolvendo estudos para reduzir a vazão defluente para 150m3/s, podendo atingir, no final de setembro o equivalente entre as vazões de entrada e saída, ou seja, deixa-se de gerar porque atinge o volume morto (abaixo das camadas de água da turbina).

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