Maíto é um nome fictício, de um personagem fictício, de uma história onde nem tudo é verdade, mas nem tudo é mentira. Foi minha primeira experiência como romancista. Estruturar uma história com um número de páginas bem maior que um conto ou crônica é um desafio. Logo, Maíto foi o laboratório, o primeiro trabalho no sentido de elaboração de um projeto.

Ele deu frutos; mais três romances, um deles premiado como finalista. O aprendizado que Maíto proporcionou foi enorme: como fazer as primeiras anotações, como encadear os acontecimentos; o personagem foi o grande auxiliar nessa trajetória.

Como laboratório, também foram experiências com o ser romântico, o ser cativante, o ser com defeitos, o ser erótico, muitas vezes lascivo, muitas vezes apaixonado, leal, indignado e indignante, principalmente, por algo que está embutido na história de relacionamento de qualquer ser humano: sua cidade.

O relacionamento do ser humano com o seu lugar de origem é contundente. Podemos viver em outros lugares, podemos trocar todas as experiências com outros, mas, na lembrança de todos nós estará sempre o lugar onde nascemos e começamos a construir nossa história e nossos sonhos. E, como todos, alguém que vê e vive a História, não tem o poder de modificá-la, fazendo de uma pequena atitude um efeito para diante, como a avalanche de histórias de cada um que conta a grande História de todos nós.

Como autor independente, blogueiro, colunista colaborador em mídias no Brasil e no exterior, esse fazer por si mesmo é fascinante. Esse construir, simplesmente, a partir de sua aptidão e da sua vontade faz de Maíto o personagem que encarna alguns momentos do autor. E para isso foi necessário emprestar a ele um pouco da estrutura vivida, ouvida, comentada, contada por outros, e erguendo um representante que somos todos nós, de ser uma testemunha do mundo onde vivemos.
 
Nilson Lattari

Lançado em 2017 pela plataforma da Amazon, a edição impressa somente está disponível nos EUA, França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e Japão. Uma ótima oportunidade para matar a saudade de alguns. Tentando descobrir o Maíto que cada um de nós tem dentro de si.

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